Foi há dias inaugurada no Cais do Sodré a livraria que chegou para surpreender toda a gente. Não é apenas uma livraria, é uma livraria-bar. Não é apenas para ler, é para comer e beber. Com um conceito desformatado, com potencial para atrair no circuito turístico em que se insere portugueses e estrangeiros, miúdos e graúdos, a Menina e Moça é desde o seu nome um tributo ao que é português. Tem comes e bebes, para além de livros, sendo a lusofonia o seu verdadeiro prato principal.

Aberta pela mão de Cristina Ovídio, editora do Clube do Autor e ligada à literatura desde as primeiras memórias, a Menina e Moça faz-se de livros e gastronomia, sim, e também de arte, com arquitetura assinada por Henrique Vaz Pato e Pedro Quinta e um teto ilustrado por João Fazendo e revelar um rasgo feérico. Só pelo teto valerá a pena reputar este novo lugar nos circuitos obrigatórios em Lisboa.

Nesta livraria, encontram-se reunidos alguns milhares de títulos de autores lusófonos essenciais, como Carlos Drummond de Andrade, Herberto Helder, José Luís Peixoto, Mário Sá-Carneiro ou Raul Brandão, e clássicos incontornáveis da literatura internacional, com destaque para Aldous Huxley, Charles Dickens, Gabriel García Márquez, George Orwell ou Umberto Eco. E também traduções do português para o inglês. E poesia.

Mas o que é indubitavelmente extraordinário é que, na Menina e Moça, é possível passar para ler, e também para comer e beber. Entre vírgulas e pontos, são servidos petiscos e bebidas, numa alusão permanente à lusofonia. Há, inclusive, cocktails oriundos dos diferentes países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

A Menina e Moça promete, ainda, ser um espaço de animação cultural, com uma oferta prevista de tertúlias para todas as gerações de leitores, a fazer reaver aquele primeiro olhar de espanto para o qual a literatura sempre nos transporta, tanto mais quando com petiscos e copos à mistura…

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