Numa das sessões fotográficas de Isabel Nolasco com um dos entrevistados do livro As Perguntas que Somos, surgiu a referência ao Coletivo 284, uma Galeria de Arte na Rua das Amoreiras, da qual, confesso, não tinha até então ouvido falar. Ficou naquela sessão a promessa de uma ponte com os fundadores, Adriana Scartaris e Paulo André. Seria esse o espaço ideal para o lançamento do meu livro, previsto para novembro. Isso ficou firme naquele dia em que ainda nos encontrávamos em agosto.

Chegado o momento certo, fui pela primeira vez conhecer o Coletivo 284, guiada por Cristina Domingues Reis, que de forma exímia e muito criteriosa amplificou o meu sonho – e a partir daquele dia em que nos conhecemos, o nosso sonho – de construirmos em conjunto, ali, o lançamento d’As Perguntas que Somos. Porque quando ali cheguei, tornou-se claro o sentido de todos os passos dados até àquele momento: um livro que é uma coletânea, que merecia um lançamento comunitário, num espaço coletivo. O Coletivo 284.

Em conversa com a Cristina, surgiu ainda a nota de que em novembro seria lançada no espaço a exposição “Identity”, do artista David Reis Pinto, com curadoria de Adriana Scartaris, que em boa hora me foram apresentados. Percebi, na reflexão que pudemos fazer juntos, que lançar o livro no Coletivo 284, no contexto desta exposição e ao lado de um artista interpelado e interpelador, carregado de perguntas à volta da sua (e da nossa) identidade… faria, como todos os momentos desde o início, todo o sentido. A data do lançamento d’As Perguntas que Somos ficou marcada para 25 de novembro de 2022.

E nessa data, no momento específico do lançamento, a obra exposta do artista marcou a chegada do novo livro com a visão gravada em pedra do seu autor: «Tal como uma barca que flutua, estas vigas de madeira pairam suspensas à espera que o Homem de identidade vertical consiga existir dentro de um equilíbrio entre o racional e o irracional. Os valores são a âncora do Homem, é com eles que conseguirá sobreviver às provações mais complexas da modernidade e também encontrar a sua própria identidade».

David Reis Pinto, um fazedor de perguntas, ofereceu com a sua “Identity” e os seus quadros sempre em diálogo connosco um cenário absolutamente desconcertante e único para, no Coletivo 284, e em conjunto, mostrarmos as perguntas que, afinal, somos. Aquelas que definem a nossa identidade. E que o livro agora nas livrarias de todo o país procurará amplificar.


+ Informação Colectivo 284

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