Fotografia: Cortesia de Isabel Nolasco.

 

A partir de uma noção lúcida e responsável de cidadania e de pertença à comunidade em que se está inserido, torna-se hoje cada vez mais relevante desenvolver redes, estabelecer pontes e criar sinergias, numa perspetiva holística e agregadora de networking. Esta visão para o networking materializa-se mais na capacidade para estabelecer relações de confiança e menos na de colecionar contactos ou cartões-de-visita infrutíferos e meramente decorativos. É nessa abordagem que acredito e o “problema” é que a pratico efetivamente.            

Na qualidade de voluntária na Professional Women’s Network Lisbon (PWN Lisbon), organização sem fins lucrativos especializada em liderança, já com 10 anos de atividade, fui desafiada a escrever, precisamente, sobre networking para uma nova publicação de gestão, a Career Choices by SM, fundada por Susana Miranda. E como tenho tido a oportunidade, ao lado de pessoas de excelência, também aqui no Entre | Vistas, de consolidar uma visão para a liderança, foi com muito orgulho que a partilhei nesse artigo (aqui adaptado) para melhor falar sobre networking. A partir dessa visão, ocorre-me a construção de redes assente 1) na promoção e conservação de uma arquitetura de valores inegociáveis; 2) num pressuposto de interação e serviço, em nome de um bem incontestavelmente maior, o bem comum; 3) e no desenvolvimento de comunidades, organizações e de uma sociedade mais plurais e integradoras.

Como fio condutor destes três pontos, impõe-se a dinamização de um quadro de referências para o desenvolvimento do talento, um sentido de liderança ao serviço de e agregador da diversidade. E é com este propósito, justamente, que endereço o conceito de networking, enquanto fator multiplicador do que se pode ganhar: aliás, do que se pode dar e que também permite, é certo, que se receba. Em poucas palavras: liderar para servir. E dar o exemplo a partir dessa “métrica”.

Neste tempo absolutamente singular, foi possível amadurecer este sentido de liderança e aperfeiçoar, ainda que com os desafios impostos pela pandemia, uma noção inclusiva para o networking, com redes colaborativas, pontes bilaterais e soluções humanizadoras. Parece impossível? Parece. Mas não é. Não se pode é excluir a autenticidade, a humildade, a flexibilidade ou a empatia. Características, afinal, com as quais, dizem unanimemente os especialistas em talento, se fará o futuro (e que não cabem no cartão-de-visita, lá está, que se troca no cocktail de fim de tarde).

Artigo adaptado a partir da versão publicada na Career Choices by SM, 2.ª Edição | Março 2021. 


+ Informação Career Choices

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