A propósito do Dia Mundial do Livro, que nesta data se comemora por decisão da UNESCO desde 1996, trago para o Entre Vistas uma extraordinária reportagem que o El País outro dia publicava sobre uma família digna de nota: um casal, ele pediatra e ela enfermeira, com sete filhos nascidos entre 1971 e 1982. Até aqui salta à vista, eventualmente, apenas (e não é pouco) a família numerosa. Mas é mais do que isso. Muito mais. É que os sete filhos são todos eles, de uma forma ou de outra, muito bem-sucedidos. E, para isso, os sete irmãos têm uma explicação muito simples: os livros.

O El País refere-se nesta reportagem à família Martinón Torres, em cuja casa pelo menos um andar inteiro se faz de livros, muitos livros: 20 mil. Ora, os sete irmãos, habituados desde pequenos ao contacto natural com os livros, tiveram na literatura uma consequência inata da arquitetura interior da casa onde a infância se fez. Nesta casa, foi dado ao livro (e não à televisão) o lugar de destaque…

De referir que nos sete irmãos encontramos representadas diferentes atividades profissionais: dois pediatras, uma geriatra com investigação sobre a velhice nos quadros de Velásquez, um arqueólogo com cátedra na Universidade de Londres, uma paleoantropóloga consagrada, um diretor de comunicação e um gestor. Qualquer um deles atribui aos livros e, em especial, àquela divisão nevrálgica da casa onde se juntavam 20 mil títulos, um fator determinante do sucesso.   

Nesta data simbólica para a literatura, em que são recordados célebres escritores como Cervantes e Shakespeare (falecidos há 400 anos), vale a pena refletir sobre a importância da leitura e a sua capacidade profundamente transformadora do pensamento, das palavras e dos atos. É nessa transformação que a vida ocorrerá a um ritmo diferente, melhor. A meu ver.


  A reportagem do El País

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