Há um sentido único da saudade. Que nem sequer se traduz.

Há uma carga de sebastianismo. Que dizem fazer jus.

Há uma bravura dos descobrimentos, conservada. Herdada.

Há uma brandura dos costumes, incrustada. Observada.

 

Somos herança literária. Mais do que um poema. Poesia.

Somos adaptação e plasticidade. Pátria.

Um comportamento migrante. Milagre.

Hospitalidade e acolhimento. Abrigo.

Somos do mar, somos do mundo.

 

Temos no sangue diversidade genético-cultural.

Na pele a marca do retângulo à beira do oceano.

Na bagagem a experiência além-mar.

Temos Luís de Camões. Pessoa. Bernardo Soares.

Sophia. Agustina. Maria Gabriela Llansol.

 

Mudaram-se os tempos. E as vontades. E o tempo.

Ser português não mudou.

Nem a vontade. Nem o tempo.

 

Que abismo não saber que somos inteiros.

Que assombro saber que somos maires do que nós.

E que pequeno é o mundo, aqui, onde somos nós.

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