Há dias levei o meu filho, de 20 meses, ao seu primeiro lançamento de um livro. Afinal é de livros que gostamos tanto de falar os dois, é com eles que ensaiamos histórias, gargalhamos, ampliamos o nosso imaginário…

A estreia fez-se com outra estreia: a primeira publicação de Ana Margarida de Carvalho no segmento infantil, A Arca do É (ou a versão vegetariana da Arca de Noé). A autora, que também assina o romance A Fúria do Mar, distinguido com o Grande Prémio de Romance e Novela APE, surge agora ao lado do ilustrador igualmente premiado Sérgio Marques para uma história dirigida às crianças, com mensagens para miúdos e graúdos (como o serão todas as histórias para crianças).  

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O ponto de partida é a narrativa bíblica Arca de Noé e, como na lenda, alguns seres saem a salvo de um dilúvio gigantesco. E de duas arcas (não apenas de uma). Uma com animais, outra com legumes. É do tempo em que os animais falavam. É de um lugar imaginado (que não existe), onde tudo pode acontecer…  

A Arca do É (ou a versão vegetariana da Arca de Noé) é a história de dois irmãos gémeos idênticos, com feitios e idiossincrasias totalmente diferentes. Um carrancudo e sério, com a ambição de alterar o mundo. O outro descontraído e alegre, sempre. Ao primeiro a mãe trata por «NÃO É» e ao segundo por «É». O que por si é já sintomático das suas antagónicas personalidades… Uma muito pessimista e a outra nos seus antípodas. Perante uma enorme intempérie, um seguiu um caminho e o outro um bem diferente. Pelo meio, muitos são os animais que se impõem, como na Arca de Noé. No final das contas, fala-se de uma sopa de legumes, que deixa todos os animais saciados e bem-dispostos.  

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E foi A Arca do É (ou a versão vegetariana da Arca de Noé) que guardei para ler hoje, a reviver o primeiro lançamento a que o meu filho assistiu e a inaugurar as leituras em 2016. Dizem os especialistas que a juventude (porventura, a inocência) que há em nós é ressuscitada sempre que lemos uma boa história, um bom romance (os ensaios pressupõem outra maturidade, mas, eventualmente, também uma certa velhice)… É por isso com muita alegria que trago esta história encantadora que Ana Margarida de Carvalho, já aqui entrevistada, fez o favor de partilhar com todos nós (independentemente da nossa idade).

PS: Regressámos deste lançamento com os autógrafos dos autores (escritora e ilustrador) e com uma enorme cenoura (e verdadeira – oferecida pela autora), a fazer lembrar ao meu filho como se faz uma boa sopa e, afinal, uma boa estória! E assim a imaginação começa…  

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